segunda-feira, 4 de junho de 2018

Cortes

É interessante reconhecer nossas formas de expressão. Hoje eu percebo que meu cabelo é um desses espelhos. A forma que você quer que te percebam.
Tive o ímpeto de cortar ele inteiro semana passada. Minha amiga tirou isso da minha cabeça, mas ontem, de súbito, uma franja torta apareceu na minha cara. Eu lembro quando no ensino médio eu enfiava meu cabelo inteiro dentro de um touca pra ir pra aula. Quando cortei ele até o queixo depois que levei o primeiro “fora” na faculdade. Da relativa estabilidade que levou meu cabelo até a cintura. Das crises no último ano de namoro que me fizeram cortar ele várias vezes até a minha mãe tirar a tesoura da minha mão quando eu ameaçava cortar tudo. O cabelo novamente cortado curto no primeiro ano em Curitiba e, ontem, uma franja formada por uma escolha impossível recém-explicada por um inconsciente agora mais expresso.
Cortar fora, tirar. O ímpeto tira o tempo até de procurar um cabeleireiro. Tem que ser na hora, pra aliviar um pouco. Bendita seja a tesoura!; cada um corta os seus problemas como pode.