segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

About a quote..


"- After all these years, the only person I still can't capture is the girl with the glass of water. She's in the middle, yet she's outside.
- Maybe she's just different. (...) Maybe her thoughts are with somebody else.

- Somebody in the picture?

- More likely a boy she saw somewhere and felt an affinity with.

- You mean she'd rather imagine herself relating to an absent person than build relationships with those around her?

- Maybe she tries hard to fix other people's messy lives.

- What about her? Her own messy life? Who'll fix that?"

Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain

.. and another one.



"Algumas pessoas se sentem como se não merecessem amor. Elas desistem e se escondem, tentando cobrir os vazios do passado."

Into the wild

sábado, 3 de janeiro de 2009

Dazzling...


Certa vez ouvi minha mãe falar que cerca de 1 milhão de pessoas passam a virada em Balneário Camboriú. De fato, tinha muita gente lá. A cidade é deslumbrante, os prédios são lindos. Quanto as pessoas... bom, eu só me lembro de uma.
Estava sentada, um pouco afastada de todo mundo a fim de evitar que aqueles malditos sprays de chantilly me atingissem quando vi de relance o cara mais bonito de toda a minha vida...
Quando ele passou por mim pareceu que tudo ficou mais lento, como naquelas cenas de filme e afirmo que não estou exagerando nem um pouco. Seu cabelo, que descia até a cintura, tinha a mesma cor que o meu, castanho-claro. Não lembro direito do rosto dele, mas tenho a certeza que era lindo e me odeio mais do que nunca por ser tão péssima fisionomista. Sorte minha que ele parou perto de mim, assim eu podia ficar espiando. Espiando, sim. Porque encarar alguém nunca foi muito a minha praia por causa da súbita coloração rosa que sempre aparece no meu rosto.
Lembro de vê-lo parado olhando pra mim e, infelizmente, lembro-me também de ter desviado o olhar. E isso aconteceu tantas vezes...
Sua imagem ainda me pertuba, alto, com os cabelos descendo como cortina pelo rosto e balançando ao gosto do vento, com as duas mãos no bolso da calça escura, os braços finos realçando na camiseta azul. Era lindo. Depois de vê-lo, não percebi a presença de mais ninguém naquele mundarel de gente. Não via mais ninguém. Era como se só ele existisse. Queria tanto chegar perto dele e perguntar seu nome, de onde vinha e lhe desejar um "Feliz ano novo", talvez essa seria uma boa desculpa. Ah, maldita coragem que teima em me abandonar nessas horas. Dei-lhe o nome de Gabriel, nome de anjo. Combina com ele.
Pode parecer até estranho, penso. Nunca ter visto ele na vida e já gostar dele, de certa forma. Mais estranho ainda é o fato de ter certeza que nunca mais o verei. Pensei nisso na virada do ano, queria tanto que ele estivesse por perto. Senti falta dele ao meu lado.
Ah, como gostaria de vê-lo de novo. Procuro por imagens que possam me lembrar dele mesmo que remotamente mas não acho. Vou ser uma boa garota neste ano e pedir pro papai noel me dar ele de presente, juro! E sei que, mesmo esses últimos oito dias terem sido ótimos, quando se passarem alguns anos é dele que eu vou lembrar, como o símbolo da beleza de alguns dos melhores momentos da minha vida.